Você já pensou em morar fora em vez de fazer uma simples viagem? Que tal fazer isso na Holanda ou nos EUA, por exemplo? Se ainda não conhece, existe um programa chamado Au Pair. O Au Pair é dedicado a jovens dispostas a morar em algum determinado país por um ou mais anos – dependendo da vontade da pessoa e das leis locais -, cuidando de crianças e fazendo algum curso, que pode ser do idioma local ou algum outro negociado previamente com família. A Au Pair ganha acomodação e um pocket money (mesada) que pode sofrer variação de valor dependo do país e da família.

O programa está entre os preferidos das garotas que estão em busca de fazer um intercâmbio de uma forma barata. Existem programas de Au Pair em dezenas países nos cinco continentes, os destinos mais comuns pelas brasileiras são Estados Unidos e Holanda, pela facilidade de conseguir uma família e o visto. Além disso existem agências no Brasil especializadas neste tipo de intercâmbio para estes dois países, vamos falar delas um pouquinho mais para frente.

Este é um programa altamente recomendado para quem quer morar fora, mas não tem tanta grana para investir em um intercâmbio. É uma ótima forma de conhecer uma nova cultura e aprender ou aperfeiçoar um idioma já que a imersão é instantânea e facilita muito o aprendizado por causa do seu uso diário. É essencial gostar e ter paciência com crianças.

Existem Au Pairs homens também, mas é muito raro alguma família aceitar por acreditarem que a mulher leva mais jeito, então a maioria das agências especializadas em Au Pair no Brasil só aceitam mulheres mesmo. Mas assim, se você é homem e pensa em fazer isso, não custa tentar, pode rolar sim. Vai que né?

Principais atividades de Au Pair com as crianças:

– Levar para escola;
– Brincar;
– Dar banho;
– Preparar e dar comida;
– Lavar e passar as roupas.
Enfim, tudo o que tem a ver com o dia-a-dia da criançada é obrigação da Au Pair.

O que uma Au Pair não faz:

– Serviço doméstico;
– Cuidar de animais;
– Jardinagem.
Algumas famílias podem pedir para que faça alguns desses trabalhos, mas pelas regras não é aceito. Au Pair deve ser como uma irmã mais velha que ajuda a família com as crianças e não um empregado da família que faz trabalhos mais pesados.

Como eu faço para ser uma Au pair?

No geral, você precisa ter idade entre 18 e 26 anos, ter nível intermediário de inglês e disponibilidade para ficar pelo menos 1 ano fora do país. Em alguns casos, não existe privação pela idade, isso vale para ocasiões onde já mora no país com visto de estudante, por exemplo.

Se você se encaixa no perfil, o próximo passo é encontrar uma família que esteja dentro do perfil buscado por você, assim como você precisará estar no perfil de Au Pair que ela procura. Há dois caminhos para encontrar uma família, o primeiro é por agência e o segundo é buscar por conta própria:

As agências de Au Pair te dão todo suporte para que você encontre uma família, eles acompanham todo o processo de teste psicológico, candidaturas, entrevistas via Skype e visto. Isso tudo tem um custo, existem agências mais caras e outras mais baratas. O que vale é você pesquisar bastante sobre, fazer contato com alguma pessoa que já foi Au Pair por ela e perguntar tudo antes de fechar o contrato.

Leia com bastante atenção qualquer documento que você receber da agência e veja se os serviços são compatíveis com a sua necessidade. Algumas agências mais famosas são:
STB – EUA
– CI Intercâmbio – EUA
HBN – Holanda
House of Orange (House of Brazil) – Holanda

A outra forma de se achar uma família é por conta própria. Essa é uma forma que a princípio não tem custo, mas exige bastante de você. Existem sites que são especializados em programas de Au Pair. Lá tanto as famílias, quanto os candidatos têm um cadastro e podem conversar por conta própria, ou seja, sem intermédio de uma agência. É preciso muito esforço para ter um perfil impecável e saber como abordar essas famílias já que a concorrência é bem grande.

Os sites mais famosos para você fazer a busca das famílias são o AuPair.com e o Au Pair World. Você pode se inscrever nos dois gratuitamente, mas para ter acesso a algumas ferramentas como envio de mensagens para as famílias, eles cobram uma taxa – nesse sentido prefiro o Au Pair World, ele é bem menos limitado do que o Aupair.com.

Depois de ter uma família com todas as negociações feitas e ambos estiverem de acordo para fechar, é recomendável que você busque uma agência para te ajudar no processo de visto. Como a parte mais trabalhosa que é encontrar uma família já foi feita por conta própria, com certeza vai ficar mais barato só o processo de visto.

IMPORTANTE:

Nestes sites de Au Pair existem famílias do mundo inteiro, nem todos os países recebem Au Pair brasileira, em outros você precisa saber falar a língua local, como é o caso da Alemanha e França. Vale se informar sobre as leis do local que está buscando antes de tentar uma aplicação.

Experiência Au Pair

Nada melhor do que saber com quem já passou pela experiência, não é? Convidamos algumas garotas que são ou já foram Au Pair para contar um pouco sobre a experiência delas. Vale para ajudar a te inspirar e pensar se você pode se dar bem.

Thaís Rossi

Thais Rossi

23 anos
San Mateo, Califórnia – EUA
2 Crianças – Entre 2 e 5 anos.
VCP: Pode contar para gente um pouco sobre sua rotina?
TR:
“Eu cuido de um menino de 5 anos (Max) e uma menina de 2.5 (Sydney). Eu começo as 8 a.m., ajudo com o café e arrumo o quarto das crianças. Na parte de manhã fico só com a menina e fazemos algumas atividades como: aula de música, academia para crianças, play group, play dates, biblioteca e parques.

As 12h30 busco o menino na escola vamos para casa, coloco a menina para a nap time (1pm até 4pm) e passo a tarde com o Max em casa, dou almoço, assistimos TV, lemos livros, jogamos jogos de tabuleiro ou cartas, ajudo-o com lições de casa, faço atividades como corte e colagem/pintura, brincamos no quintal com bolhas de sabão, jogamos basquete, futebol americano, futebol, baseball entre outras brincadeiras que criamos na hora.

Assim que a Sydney acorda dou alguns snacks para eles e brincamos até os pais chegarem para o jantar. Entre essas atividades diárias, cuido das roupas das crianças, organização dos brinquedos e quarto deles, alguns dias dou banho, alguns dias cozinho e dirijo todos os dias. ”

 

Natali Siqueira

Natalia Siqueira

32 anos
Dublin – Irlanda
2 Crianças
VCP: Como foi seu convívio com a família?
NS: ”A convivência não poderia ter sido melhor! Eles me acolheram como parte da família. Havia muito respeito, sempre. Me ajudaram de todas as formas possíveis. As crianças são incríveis, educadas… me tratavam como irmã.

Tenho contato até hoje com eles. Sei que tive sorte, porque nem todas as famílias são assim. ”

Camila Merss

Camila Merss

29 anos
Dublin – Irlanda
1 Criança – 6 meses
VCP: Quais foram os grandes desafios e recompensas?
CM: “No início a maior dificuldade é a língua, mas com o tempo, você se vira. Quando vi, já estava contando fatos e histórias em inglês sem perceber. E, sem dúvida alguma, a melhor recompensa foi estar com eles. Conheci uma família maravilhosa, vivenciei momentos que eternizaram em minha memória. “

Tabata Vitiello

Tabata Vitiello

24 anos
Toronto – Canadá
2 Crianças
VCP: Pode compartilhar um pouco de sua experiência?
TV: “No início a maior dificuldade era quando eu queria dar “broncas” nos meninos e eu não sabia fazer isso em inglês e ser “brava” com eles, porque eles eram muito fofos. Com o tempo fui me adaptando e eles se acostumaram com meu jeito.  Na verdade, não tinha muito o que reclamar. Às vezes eu ficava brava com eles, mas depois eu começava a brincar junto e ver a felicidade deles. É muito gratificante quando você tem amor pelas crianças e com o tempo sente que eles te consideram um membro da família. ”

Thaís Senne

Thaís Senne

24 anos
Virgínia – EUA
2 Crianças
VCP: Você indicaria o programa?
TS: “Sem sombra de dúvidas que sim. Inclusive assim o faço, indico esse programa para todas as pessoas que conheço.

É o programa de intercâmbio de maior custo benefício que existe. Só tenha claro em mente que, o foco são as crianças, o tempo todo. É para isso que você está se prontificando, não se deixe perder o foco.

Conheci uma menina que se deslumbrou quando chegou e não teve responsabilidade para lidar e falhou na missão, acabou sendo deportada de tanto que fez.

É preciso estar consciente sobre a sua importância para a família, que confiam os filhos na nossa mão. Se fizermos de coração, seremos sempre bem quistos e recompensados. ”

Thaís também compartilhou um vídeo com a gente de quando ela foi Au Pair muito bacana. Dá uma olhada:

Nota:

Alguns pontos em comum sobre todas elas, mais especificamente sobre o que as motivou a buscar o programa de Au Pair. Alguns destes pontos foram:
– Melhorar o inglês;
– Buscar novas experiências;
– Se sentir imersa na cultura do país.
Se seu objetivo com o intercâmbio é algum desses, pode apostar nisso!

Agradecemos a participação de todas meninas.


E então? Gostou da ideia? Aproveite as dicas dadas nesse post e corra atrás do seu sonho.

Você já foi Au Pair ou quer ser uma? Compartilhe com a gente suas experiências ou dúvidas. Vai ser um prazer responder.