A Itália não é dos maiores países que temos mundo a fora, mas possui atrações em todos seus extremos e devido ao seu formato, uma viagem de norte a sul pode ser demorada.

Pensando nisso, elaboramos um roteiro de uma semana para conhecer alguns destinos bem legais pelo norte da Itália procurando gastar o mínimo possível e curtir o máximo, já que muitas vezes acaba sendo difícil conhecer tudo em uma única viagem.

Ao longo dos meus 8 meses na Europa, passei pelo menos 3 na Itália, em uma pequena cidade ao norte, entre Verona e Bolzano (vão saber mais sobre elas em breve).

Era uma cidade chamada Vallarsa, no meio das montanhas e linda por sinal. Aproveitando, dá uma olhada no relato da Ju, sobre a experiência que ela teve morando 1 mês em meio às montanhas, neste mesmo lugar.

Voltando, quando saia de viagem para fora da Itália, por estar conhecendo coisas novas, acabava esquecendo de lá, mas toda vez que voltava me dava conta do quão linda é e do quão em casa me sentia, devido as similaridades culturais. É difícil falar sobre tudo que pode conhecer aqui, então vou apontar alguns dos pontos mais interessantes e ao mesmo tempo de fácil acesso.

Se for unicamente para a Itália, sugerimos a compra de passagem de ida e volta em lugares diferentes, assim terá mais tempo para conhecer outras cidades ao invés de fazer translado entre elas para voltar ao ponto de partida. Por exemplo, se você chegar e sair por Milão, no último dia vai perder horas preciosas por ter que viajar de onde estiver até lá para pegar o voo.

Falando em viagem entre cidades, os trajetos entre cada um dos destinos aqui citados podem ser feitos de trem e costumam ter disponibilidade durante o dia todo, não sendo necessária reserva prévia. Cabe a você decidir por viajar no final do dia e dormir na cidade nova ou passar a noite na que está e acordar cedinho para viajar. Eu, particularmente, prefiro viajar mais tarde e acordar já no lugar, assim não tem risco de perder muitas horas do dia procurando o hostel e afins. Quando acorda no lugar, rende muito mais.

Nesse caso, sugerimos iniciar a viagem em Milão e finalizar em Veneza, seguindo a seguinte ordem:

Para começar, nada melhor do que a maior cidade da Itália:

Milão – 2 dias

Dia 1:

Duomo de Milão

– Duomo:

Visita obrigatória, é o ponto mais importante e deslumbrante de Milão. A catedral gótica levou mais de 400 anos para ser construída. Entre, suba ao terraço, explore ao máximo, vale cada minuto. Provavelmente será a visita mais cara de todas, por volta de 10 Euros, o que é bem razoável pelo que oferece. Vale cada centavo, mesmo.

– Galleria Vittorio Emanuelle:

É o tipo de lugar em que viajantes com a grana curta dificilmente comprarão algo mas estando na capital da moda, é uma parada interessante. Para ajudar, fica do ladinho do Duomo, literalmente.

É uma galeria com marcas elegantérrimas, como Gucci, Prada, Louis Vuitton e outras. Mas mais do que apreciar as vitrines, vale muito apreciar cada detalhe de sua arquitetura, de cima a baixo e sem pagar nada por isso. 🙂

Há também ali o mosaico de um touro no chão, onde por tradição, para dar sorte, as pessoas colocam o calcanhar direito nos testículos do animal e dão três voltas completas. Vai que, né?

– Conhecer o Teatro Scala:

Scala é o maior teatro de lírica do mundo. Sua faixada não impressiona, mas pode ter certeza que terá uma experiência incrível do lado de dentro. O melhor de tudo? Não precisa pagar os preços não muito acessíveis de um espetáculo para isso. Claro, se tiver a oportunidade, melhor ainda, mas para isso sugerimos que comece a procurar ingressos agora mesmo.

– Santa Ceia

Para fechar o primeiro dia, a famosíssima Santa Ceia (Última Ceia).
A obra de Leonardo da Vinci é uma cena clássica, conhecida por todos. Para a surpresa de muitos, não é uma pintura em tela e sim em uma parede. Por isso, pode ter certeza de que ela estará sempre em Milão esperando por você.

Mas como nem tudo é tão simples, aqui não seria diferente. A busca para visita é gigante, por isso recomenda-se a compra de ingressos com aproximadamente 3 meses de antecedência. Provavelmente o baixo valor da entrada aumente a busca (por volta de 3 euros). Então quando começar a pesquisar sua passagem aérea para Milão, já pesquise também os ingressos da Santa Ceia.

– Dica extra:

Entre a visita ao Duomo e Galeria Vittorio Emanuelle, vale uma parada no Luini para comer um Panzerotto. Fica ali do lado, é barato, gostoso e dá aquela força para seguir aos próximos passeios.

Dia 2:

Castelo Sforzesco

– Castelo Sforzesco:

O castelo considerado um museu de museus: entre coleções, museus, bibliotecas e arquivos, hospeda 14 instituições que contém obras de muita preciosidade.

Para visitar tudo, precisaria de dias. Neste caso, como o objetivo é conhecer o máximo possível, recomendamos escolher para visitar algo que te chame muita atenção, pois as horas são preciosas.

O castelo já vale uma visita só para se refrescar com os jatos da fonte que fica na entrada, admirar a sua estrutura externa, os pátios internos e depois ir descansar no Parque Sempione, que fica atrás da fortificação.

– Parque Sempione:

Como dito, fica logo atrás do Castelo Sforzesco.

O parque era na Idade Média, o bosque particular da família Visconti, onde os duques levavam os hóspedes para caçar. Naquela época a área verde era muito maior. O parque foi reformado e se tornou público com a restruturação do castelo no século 19.

Como todo parque, você pode fazer piquenique tomar sol ou simplesmente caminhar. Não paga para entrar. 🙂

– Quadrilátero da Moda:

Assim como as outras atrações citadas até agora, fica no centro histórico de Milão.

O Quadrilátero da Moda leva esse nome ser um bloco de ruas delimitado por quatro principais. São elas: via della Spiga, via Montenapoleone, via Manzoni e Corso Venezia.

São lojas extremamente luxuosas, onde dificilmente entraremos para fazer compras, mas vale conhecer.

Atenção: No mês de agosto, muitos Italianos costumam viajar, então as lojas destas ruas costumam fechar. Se quer conhecer, vale se programar pensando nisso.

– Corso Buenos Aires:

Como não podia deixar de ser diferente, encerraremos Milão com mais uma rua de compras. Essa porém, para todos os bolsos.

A Corso Buenos Aires (nome da rua) leva em toda sua extensão e em algumas de suas travessas lojas de todos os tipos. Já vimos de lojas de saldão de sapatos (baratos mesmo) até lojas da Nike ou Havaianas.

Tem muita barraquinha estilo camelô também, onde você pode encontrar coisas do tipo capinha de celular e mala.

Segunda parada:

Verona – 1 dia

Castel San Pietro

Aqui listamos 6 diferentes lugares para conhecer em Verona. Pode parecer muito para um dia, mas são visitas rápidas e como a cidade é pequena, não tomará muito tempo entre um lugar e outro. Relaxa que vai dar certo. 🙂

– Piazza Bra:

Nesta praça poderá encontrar inúmeras opções de restaurantes, mas a atração principal é a Arena de Verona. Sua arquitetura lembra muito o Coliseu, em Roma, mas em menores proporções, acredito (não conhecemos Roma ainda). Para visitar, caso seja de interesse, a entrada custa 10 Euros.

– Piazza delle Erbe:

Perto da Casa da Julieta, essa praça tem uma feirinha constante onde você pode comprar artesanatos, comidas e lembrancinhas.

Vale dar uma olhada se estiver procurando uns presentinhos. Ah, não esqueça de observar com atenção a Torre dei Lamberti.

– Casa de Julieta:

Dispensa muitos comentários. Uma personagem famosíssima e provavelmente conhecida por todos, a Julieta foi o amor proibido de Romeu.

Na história de Shakespeare, eles moravam nessa charmosa cidade da Itália. A cidade pode parecer ligeiramente vazia em alguns lugares, mas provavelmente não terá a mesma impressão quando chegar por ali.

Pessoas por todas as partes, assinando a parede (pedindo ou se declarando a um amor) e pode parecer estranho e intimidador no começo, mas não hesite em tocar os seios da Julieta. Assim como os testículos do touro em Milão, dá sorte.

– Castel San Pietro:

Acredito que este seja o ápice de sua visita à Verona.

Depois de cruzar o Rio Adige e subir alguns lances de escada (vamos lá, mochilando ninguém pode reclamar de uma caminhadinha um pouco mais puxada, né?), você terá direito a um visual incrível de Verona. Vale passar uns bons minutos sentado na mureta do castelo admirando o visual – e descansando, claro.

Aproveite para encher a garrafinha de água na torneira também.

– Castelvecchio:

O que antes era um castelo, construído como uma fortaleza e residência no século XIV, hoje é um museu de arte e possui escultura, estátuas, pinturas, armamento antigo, cerâmicas, trabalhos em ouro e alguns sinos antigos.

Não deixe de visitar a Ponte de Castelvecchio, logo atrás do museu.

– Bônus:

Para os amantes de tecnologia, Verona possui algumas câmeras espalhadas pela cidade em alguns destes pontos citados e as imagens são transmitidas pela internet.

Se quiser dar uma olhada, aqui está.

Terceiro destino:

Bolzano – 1 dia

Bolzano

Bolzano é uma cidade além de charmosa, bem peculiar. Devido a influência cultural alemã da região (Trentino-Alto Ádige), todas sinalizações são feitas tanto em italiano quanto em alemão. Muitos ali sequer falam italiano, mesmo sendo na Itália.

– Piazza Walther:

Leva esse nome em homenagem ao Walther von der Vogelweide, um grande poeta e historiador alemão da idade média.

É provavelmente a maior praça de Bolzano e se chegar de trem à cidade, provavelmente será a primeira a ver, pois está no caminho para todas atrações. De cara, mostra a influência da Alemanha nesta região da Itália.

– Duomo di Bolzano:

Bem ao lado da Piazza Walther, poderá ver o Duomo di Bolzano com seu teto geométrico e sua arquitetura medieval. É uma linda obra e vale uma visitinha.

– Via dei Portici:

Uma rua comercial, possui lojas de todos os tipos, desde grandes marcas até pequenos comércios de souvenires.

– Piazza delle Erbe:

Assim como em Verona, a Piazza delle Erbe possui uma constante feirinha de artesanatos e artigos locais.

Sempre gostamos de recomendar estes lugares, pois podem encontrar coisas únicas e muito interessantes. Como cada lugar possui suas características, cultura e história, isso sempre vai tornar cada experiência diferente.

– Soprabolzano/Oberbozen:

Se optar por passar a noite em Bolzano ou conseguir um trem num bom horário para ir ao próximo destino, vale tentar passar o final da tarde em Soprabolzano/Oberbozen.

É uma fração da cidade de Renon, que pode chegar de teleférico (10 Euros ida e volta) e curtir um pôr-do-sol incrível.

Última parada:

Veneza – 2 dias

Chegando em nosso último destino, provavelmente um dos mais buscados de toda Itália.

Veneza possui um glamour único. A cidade é pequena e poderia ser feita em um dia, mas acreditamos ser melhor desta forma por dois motivos: Primeiro que recomendamos usar os vaporettos (uma espécie de taxi aquático veneziano) em último caso, porque perder-se naquelas ruas é uma experiência única. Segundo porque como o último dia pode ser reduzido dependendo do horário de partida, preferimos deixar como um elemento chave.

Dia 1:

Piazza San Marco

– Piazza San Marco:

É a principal praça de Veneza, rodeada pelos edifícios: Basílica de São Marcos, o Palácio Ducal de Veneza e o Campanário da Basílica.

Um alerta: Se a chuva estiver forte chegando na cidade, informe-se antes sobre as condições da praça. Ela é o lugar mais baixo de Veneza e quando a água sobe no Mar Adriático por tempestades ou excesso de chuva é o primeiro lugar a inundar-se.

A água drena diretamente para o Grande Canal, o que é ideal quando chove, mas quando a maré sobe (em italiano, diz-se acqua alta) tem o efeito inverso e a água do canal escoa para a praça.

– Ponte dei Sospiri:

A Ponte dos Suspiros fica bem próxima à Piazza San Marco e é conhecida por ligar o Palazzo Ducale à Prigioni Nove, o primeiro edifício no mundo construído para ser uma prisão. A ponte leva esse nome porque a lenda diz que os prisioneiros quando a cruzavam suspiravam por ver pela última vez o mundo externo.

– Ponte di Rialto:

A ponte do Rialto é provavelmente a mais importante da história de Veneza.

Foi a primeira ponte construída cruzando o Grande Canal, na época, de forma flutuante (1181). Depois disso, ela passou por diversos incidentes como incêndio e desabamento por excesso de peso. Sempre foi reconstruída e a atual teve o término de sua construção em 1591, feita em pedra.

Passam sob a ponte ao longo de 10 horas mais de 1.600 barcas, 700 táxis aquáticos (vaporettos) e 200 gôndolas.

– Basilica dei Santi Giovanni e Paolo:

Uma das maiores igrejas de Veneza, a Basílica de São João e São Paulo é uma grande construção gótica e tem como característica seus tijolos expostos.

O vasto interior contém muitos monumentos funerários e pinturas, assim como uma Virgem da Paz, uma estátua bizantina tida por milagrosa e situada numa capela própria na nave meridional, e um pé de Santa Catarina de Siena, a principal relíquia da igreja.

Dia 2:

Murano e Burano

– Basilica di Santa Maria della Salute

É uma Basílica que surpreende do início ao fim. De sua arquitetura exterior majestosa, ao seu interior pavimentado em mármore. É aquele tipo de lugar que pode ir e ficar admirando cada detalhe, por horas.

– Ilhas Murano e Burano

Neste caso, não há como fugir do vaporetto, afinal só assim para chegar nas Ilhas Murano e Burano (gôndola está fora de cogitação por seu altíssimo custo).

Murano é muito famosa por seus cristais, enquanto Burano que antigamente era conhecida por suas rendas, hoje vive da pesca.

São lugares lindos onde vale perder o dia visitando. Infelizmente não tivemos chance de conhecer, mas numa próxima não deixaremos passar.


Malas prontas? Italiano afiado? Agora é só se preparar para pedir aquela pizza e um legítimo espaguete, direto da Itália. Que tal?